É pior o não do que não saber como teria sido
Rodgers fora da temporada, Sobe/Desce depois da Semana 1 e mais na nossa newsletter desta semana
Nesta edição, além de falarmos sobre Trey Lance, um Sobe/Desce com as cotações da NFL e MLB de vários personagens e times e um cupom pra lá de especial na SportAmerica.
Crônica: É pior o não do que não saber como teria sido
Tinha um amigo próximo na faculdade que facilmente poderia ser protagonista de uma comédia romântica. Digamos que ele estava bem alto na escala Ted Mosby. Ocorre que ele admirava uma menina de longe, que fazia outro curso no mesmo campus, mas achava ela tão, tão absurdamente linda que nunca teve coragem de conversar com ela.
Um dia, deu um jeito de em algum evento lá — isso faz mais de dez anos, não exija muito da minha memória — acabar fazendo uma escala junto com ela. Servir em algum bar universitário ou na portaria da festa, não me lembro e não importa pros rumos da história. Eles ficaram juntos por sei lá quantas horas. Com brilho no olhar, disse-me depois: a gente combina muito, um completa a frase do outro. E ela é exatamente meu número.
Direto e (às vezes sem noção) do jeito que sou, falei na lata: chama ela pra sair, ora. Basta entrar no Facebook — sim, estou velho — e mandar uma mensagem, na lata, mesmo. Ele não o fez. Semanas depois, ela apareceu acompanhada numa outra festa. Disse que de longe, uns 15 metros de distância, ela olhou para ele e fixou o olhar. Como diria Tony Montana, the eyes, chico, they never lie.
Os anos se passaram e nos encontramos num bar aqui em São Paulo. Não sei como o assunto chegou nela de novo, mas ele me disse que depois daqueles dias, nunca mais se falaram ou se viram. Perderam um contato que nunca chegou a existir de fato.
Sua lamentação, por mais escancarados que fossem os sinais de que havia química ali, é que ele nunca saberia se poderiam ter ficado juntos. Se o beijo encaixaria, se as frases continuariam sendo completadas. Se namorariam, casariam e todas essas coisas românticas. Ele nunca, absolutamente nunca, saberia o que poderia ter sido. Sua esperança, embora o tempo fizesse uma higiene nos seus devaneios românticos, é que ela sem querer entrasse por aquela porta do bar para poder saber o que teria acontecido.
***
4 snaps e mais nada. Houve o flerte, houve fotos, houve sorrisos e ele estava apaixonado como nunca. O New York Jets perdeu Aaron Rodgers sem ter absolutamente o gostinho de ter um dia de fato ter sido dele e ele seu. Para além da lesão que lhe tira da temporada, trágica e num timing bizarro com foi, dói a incerteza, não saber como poderia ter sido.
Nos sonhos mais românticos, o primeiro Super Bowl desde 1968. O primeiro título da cidade desde 2011. A primeira vaga nos playoffs desde 2010, maior seca dos esportes americanos. A realidade, dura, é uma outra incerteza: Zach Wilson. A penumbra de passes incompletos, temperada com uma vitória de Pirro conseguida a fórceps na segunda-feira contra os Bills.
Dói perder a peça que faltava para o quebra-cabeça. Mas para a temporada 23, para quem gosta de futebol americano e principalmente para o torcedor do New York Jets, dói não saber como teria sido.
📈 Sobe/Desce 📉
📈 Sean McVay, head coach dos Rams: Defesa afiada e intensa, Matt Stafford soltando a bola rápido e uma senhora zebra em Seattle: mesmo com um elenco que, no papel, é um dos piores da NFL.
📈 Micah Parsons & Amigos: Seis pressões mesmo poupado em parte do jogo e sendo bloqueado por dois. A defesa de Dallas é impressionante e Micah solidifica meu palpite de Defensor do Ano.
📈 Brock Purdy, QB, 49ers: Sólido jogo contra a pressão, que honestamente era meu temor em relação a sua temporada 23. Jogou contra T.J. Watt, usou (e bem) Brandon Aiyuk, gabarito.
📉 Kenny Pickett, QB, Steelers: Por mais problemas que o plano de jogo de Matt Canada tenha, um jogo assustado de Pickett — que mais lembrou sua versão dos primeiros jogos do que aquela bem apresentada no final da temporada.
📉 Buffalo Bills: Por melhor que tenha jogado a defesa dos Jets, um Festival de Turnovers de Josh Allen. 4 turnovers fica difícil defender. “Sou o motivo pelo qual perdemos hoje”, disse.
📉 New York Giants: Por pior que fosse o matchup contra a defesa de Dallas — vide os anos anteriores — foi totalmente absurdo. Parecia um time de college football contra um elenco profissional da NFL.
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O Maior Favorito da Semana 2: -9,5 Dallas Cowboys vs NY Jets.
Em meio à ausência de Aaron Rodgers e a presença de Zach Wilson e depois do avassalador jogo da defesa dos Cowboys contra a linha ofensiva paupérrima dos Giants, a linha abriu em quase dois dígitos. Faz sentido, se considerarmos que o jogo é no AT&T e o duelo é bizarro.
O jogo mais pegado da semana: Atlanta Falcons x Green Bay Packers
Dois times que venceram na Semana 1 e que almejam coisas melhores para esta temporada. Os Packers, fora de casa, são favoritos por 1,5 pontos — a menor linha da semana — contra Atlanta. Esperam seguir embalados para 2-0 depois da boa atuação de Jordan Love na Semana 1.
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Espero que o Zach Wilson consiga n ser o motivo pelo qual os jets n sejam competitivos, torcedores dos jets merecem um pouco de paz
Ótimo texto, Curti! Também publiquei recentemente um textículo sobre a lesão do Rodgers - espero que possa ler e que goste! Admiro muito seu trabalho! https://open.substack.com/pub/revistacolateral/p/a-ironia-da-lesao-de-aaron-rodgers?r=28d0vj&utm_campaign=post&utm_medium=web